sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Praia
10:58 AM |
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Fabí Assis Barddal |
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Meu
marido me disse certa vez que o avô dele dizia que a praia era o lugar mais
democrático do mundo. Lá, independente dos zeros depois da vírgula, todos trajavam
roupas de banho e sandálias de dedo. Impossível saber quem era quem.
Deve
ter sido uma época fascinante! É! Deve ter sido...
Hoje
os velhotes sentados à sombra de um guarda-sol mexem incessantemente em seus
tablets de última geração ao lado de suas esposas esculpidas e esticadas. Essas
por sua vez, além de tomar o sol do meio dia também assustam criancinhas quando
sorriem. Haja pele!
Já
outros preferem levar toda mudança de casa para a areia. Depois de esparramar
toda aquela ‘tranqueirada’ a pessoa olha analisando qual móvel ficou faltando.
O sofá será? Talvez, o microondas?
Mulheres
pagando de gatinha achando que estão seduzindo quando na verdade estão apenas
com os dentes borrados de batom. Elevam sua autoestima ao verem uma gordinha
celulitosa passando e logo em seguida já se deprimem ao ver um belo par de pernas grossas acompanhada de uma bundinha
arrebitada. É o auge da oscilação!
E
Piriguete que é piriguete é pirguete até
na areia. Biquíni vermelho - fio dental, cheio de babados nas laterais,
pulseiras, anéis, brincos, bolsa, celular, óculos de armação branca. Ufa!
É
notável a diferença de classes. Temos a classe baixa, classe alta e a classe
que faz média. Não leva frango porque é coisa de pobre, mas leva biscoito de
polvilho.
Mas,
praia ainda é isso...
Pai
de família armando guarda-sol, cadeira, estendendo toalha e espalhando os
brinquedos das crianças até a maré subir e carregar tudo. E nem adianta fazer
cara de que era oferenda pra iemanjá que ela só sai do mar pra pegar perfume da
avon. Cabelo chegando lindo e saindo só o fiasco. Isso me fez lembrar a velha piada do ‘lavou
o cabelo com shampoo de laranja?'. Guarda-sóis
de promoção de produtos (que a pessoa não queria comprar e só comprou por causa do
brinde) saindo voando e um bando atrás gritando ‘Pega!’. Mulherada
fazendo fio dental com tangão e carregando lustre
no lugar do piercing no umbigo. Gente
grande se divertindo mais do que criança fazendo castelinho de areia. E claro,
tomando os 7 caldos. Porque pular 7 ondas é para os fracos.
E afinal,
onde foram parar os desenhos nas nuvens que estavam bem ali?
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Uma inútil que acredita que a inutilidade um dia vai dominar o mundo. Por formação sou Engenheira Agrônoma Paisagista e escritora
por pura preguiça de trabalhar. Também corto cana nas horas vagas.
Nada disso me deu dinheiro, só muito prazer.
12 comentários:
Adoro todas
negaa, suas crônicas são as melhores sempre!
É a mais pura verdade.. rs
saudades!
Talento puro!!!! Adoro suas crônicas.
Muuuuitoo Bom...
Eita Fabí... tá um show. Muito bom mesmo!
AmooO as crônicas da Fabí, uma melhor que a outra...
Bjs negona...
Muito bom Fabí, eu acho engraçado aquelas meninas que mergulham e saem achando que é a garota do fantástico e nem percebem que estão pagando peitinho.
Muito bom Fabí, eu acho engraçado aquelas meninas que mergulham e saem achando que é a garota do fantástico e nem percebem que estão pagando peitinho.
Muito boa essa!!!
Muito bom!!!!
Tá feia a coisa a praia não é mais comunista é capitalista, rsrsrsr
Eu lendo e imaginado a Praia de Camburi...kkkkkkkkk
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