quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Diário.
7:37 PM |
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Fabí Assis Barddal |
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Querido diário,
se eu tivesse 5 anos começaria contando que derrubei minha chupeta dentro do vaso,
limpei no meu short e coloquei na boca de novo.
Querido diário,
se eu tivesse 10 anos começaria contando que a professora não me deixou ir ao
banheiro e eu fiz xixi nas calças.
Querido diário,
se eu tivesse 15 anos começaria dizendo que voltei da festinha da escola e fiz
xixi na cama.
Querido diário,
se eu tivesse 20 anos começaria contando que fui em um casamento e na volta fiz
xixi dentro do elevador.
Querido diário,
se eu tivesse... bem... se eu tivesse...
Querido diário,
hoje acordei mais atrasada que uma obra do PAC. Pulei da cama ao ver que perdi
a hora e fui correndo pro banheiro. Na pressa acabei chutando o pé da cama com
o ele, claro, o dedinho. Sempre ele! Nem unha tenho mais. Ele agora é
simplesmente um dedo programado para se autodestruir. Saltitando numa perna só
tentando aliviar a dor escorreguei no tapete. Enverguei pra trás e pra não cair enverguei
pra frente. Foi quando bati a testa no box. Até aí tudo sob controle! Terminei
meu banho e já corri pro guarda-roupas. Enquanto as magras usam tomara que caia,
eu uso tomara que caiba.
Fui pra cozinha
tomar apenas um copo de leite porque já estava atrasada o suficiente. Coloquei
o copo e o pote do toddy na mesa e fui pegar o leite. Na volta, ao invés de derramar
o leite dentro do copo acabei derramando dentro do toddy. Maravilha! Saí com
fome. A princípio só tentei porque enrosquei a alça da bolsa na fechadura da
porta e tomei um tranco que me jogou pra dentro do apartamento novamente.
Fiz uma lista do
que eu tinha que fazer e comprar. No meio do caminho me dei conta que
esqueci a lista em casa. Fiquei na expectativa do meu cérebro colaborar ao
menos dessa vez. Se bem que minha expectativa já era como uma raspadinha: às
vezes até dá alguma coisa, mas bem menos do que você imagina. Comprei menos
da metade do que estava na lista. Na hora de pagar a costureira minhas moedas
esparramaram feito batatinha pelo chão. Minha dignidade ficou lá no ateliê agachada
pagando cofrinho.
Depois de fazer
muitas barbeiragens pelo trânsito voltei pra casa com os pneus pintados do meio
fio. No meu prédio as vagas são iguais de supermercado (uma zona e só sobra as
que têm que manobrar) - fiquei escolhendo a ‘menos pior’ - depois de quase 10
minutos fazendo força manobrando meu sutiã abriu. Minha blusa pra ajudar era
branca e o subsolo cheio de câmeras. Fiquei fazendo pensamento positivo para
meus bojos não saírem do lugar. Com as mãos cheias de sacolas me contorci pra
chamar o elevador e me contorci mais uma vez para apertar o oitavo andar. Com as
mãos carregadas e uma vontade imensa de espirrar acabei espirrando nos botões
(por isso nunca coloquem a mão em corrimão de escada e sempre apertem botões
públicos com a pontinha da chave. E descarga só com o pé).
Já era final de
tarde. Entrei em casa e lembrei que não
tinha água. E como já dizia meu pai “Onde a Fabiana põe a mão o prejuízo vai
junto!” Quando fui trocar o galão de 20 litros deixei escorregar e cair. Fiquei
quase 40 minutos puxando água pro ralo. Quando terminei estava mais cansada que
o sutiã da Fafá de Belém. E ainda fui advertida pela síndica por ter ‘inundado’
o meu andar.
Sendo assim, vou
voltar pro meu tricô.
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Uma inútil que acredita que a inutilidade um dia vai dominar o mundo. Por formação sou Engenheira Agrônoma Paisagista e escritora
por pura preguiça de trabalhar. Também corto cana nas horas vagas.
Nada disso me deu dinheiro, só muito prazer.
8 comentários:
Je-sus...qdo é assim tem q voltar dormir...rsrs Muito boa!!!
Só você mesmo Fabí...
Ficou muito boa.
Bjs.
Jor
hahaha só vc mesmo! Amo suas Crônicas Amiga :D
ótima!! Suuua cara rs
beijãooo
Clara
Ameii...
Ri do início ao fim rs
Amo as crônicas da Fabí...
Amei!!!
“Onde a Fabiana põe a mão o prejuízo vai junto!”
Essa é boa!!!
bjão
rsrsr..Muito bom!!!
Bjux.
Do desastre nasceu uma cena cômica, gostei.
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