quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tendência!

         A preguiça bateu em minha porta e eu abri!
       Já é a terceira crônica que eu sento pra escrever e paro. Se eu tiver que parar essa no meio, sinto muito, mas ela vai ser uma crônica pela metade. Se bem que essa é uma nova tendência. A vizinha da moça que trabalha comigo falou que ouviu no ponto de ônibus de uma mulher que lia o jornal que a tendência agora é essa. Escrever as coisas pela metade é o que há de mais moderno.
        Oh céus! Deve ser assim que nascem as tendências porque pra tudo nessa vida há uma tendência. É verdade! Eu por exemplo nasci com a tendência, tendência de ser trouxa.
        Nessa correria da vida adulta, a qual ainda não me adaptei, encontrar tempo pra ir ao supermercado é fundamental. Claro, para todos aqueles que não se alimentam por osmose. E claro também para aqueles que têm dinheiro suficiente pra comer fora todo dia, como o Sílvio Santo, por exemplo. Por um tempo cheguei a fazer isso. Descobri o lanche do Wanderley. Sim, porque sempre vai ter um trailer com um nome bizarro com o lanche mais gostoso do planeta bem pertinho de você. Pois bem, comer no Wander (só para os íntimos – leia-se, os que deixam o salário do mês lá) era muito bom e prático. Mas, tinha que pagar! Como a grana começou a ficar curta e não estava nos meus planos pagar com o corpo me desdobrei pra arrumar tempo pra ir ao supermercado.
       Primeiro dia tudo tranquilo. Parei na subidinha para pegar o cartão que abre a cancela pra entrar no estacionamento e afoguei o carro. Levei uma buzinada! Afoguei o carro de novo. Levei outra buzinada. Abaixei o vidro sutilmente, baixei o som delicadamente, coloquei minha cara na janela e disse palavras doces e suaves. Liguei o carro e saí mais lenta que internet discada sábado à noite. Lá dentro estava lotado. Ta bom, tinha 2 vagas, mas elas não me pertenciam. Saí do estacionamento decidida a estacionar na rua. Para minha felicidade e dos outros veículos encontrei uma vaga pouco depois da esquina. Maravilha! Meu excesso de falta de noção de distância só me permite estacionar perto de esquinas e perto de portões. Essas são minhas garantias que sempre quando eu voltar vou sair tranquila e feliz, mesmo que essa vaga fique a 8 quarteirões de onde estou indo.
       Fiz as compras numa boa, sem lista nenhuma. Acreditei que meu cérebro não me abandonaria, mas não foi dessa vez. Acabei esquecendo de comprar metade das coisas que eu precisava. O lado bom é que agora posso jogar a culpa no cabelo. Quando o cérebro não colabora é a hora de ficar loira. Depois que pintei o cabelo nunca mais precisei me esforçar pra pensar em alguém pra jogar a culpa. Super prático! Serve pra manobras radicais no trânsito também. As pessoas relevam muita coisa por ser loira. É praticamente um desconto. As loiras deveriam se orgulhar dessa fama.
       Pois bem, voltando ao que eu estava dizendo, tudo estava sob controle. É! Estava. Quando comecei a guardar as coisas, cada sacola era uma surpresa. Nunca vi tantos caldos knorr que não fosse nas prateleiras de supermercado. Tinha caldo knorr para arroz, feijão, feijoada, bacon, bacon com folha de louro, costela, galinha e por aí vai. E não tô falando de caixinha pequena não! Era daquelas grandes que vem com 12 cubos cada um. Até ajinomoto tinha. Ri muito disso e fiquei super feliz. Porque pobre é uma merda, né? Acha cincão na rua e fica como se tivesse ganhado na mega sena acumulada. Mas eis que vem a vida e esfrega a realidade nua e crua na minha cara e prova mais uma vez que alegria de pobre dura pouco. Tudo isso e muito mais que apareceu nas minhas sacolas foi cobrado na minha compra.
     Quem estiver afim pode passar aqui em casa no final da tarde pra tomar um suco de acerola com caldo knorr. Gente é tendência!

1 comentários:

Anônimo disse...

Dei muitas risadas Fabí...aconteceu cmg, quando decidi morar sozinha...a pessoa sofre, mas dá muitas risadas das tendências. Tudo de bom e boa sorte na vida!

Postar um comentário


Fabí Assis Barddal
Uma inútil que acredita que a inutilidade um dia vai dominar o mundo. Por formação sou Engenheira Agrônoma Paisagista e escritora
por pura preguiça de trabalhar. Também corto cana nas horas vagas.
Nada disso me deu dinheiro, só muito prazer.

Crônicas

Seguidores