sábado, 3 de julho de 2010
Diferença.
2:26 PM |
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Fabí Assis Barddal |
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Existem vários tipos de mulheres e existem também as cheias de classe, no caso, as classudas. E não há dúvida que todas as pertencentes às outras classes queriam pertencer a esta última. Eu mesma adoraria ser uma mulher classuda, cheia de estilo e com a autoestima elevadíssima, mas confesso que tenho pouco disso.
Toda vez que vou sair é sempre a mesma coisa. Horas antes do horário combinado a operação “Cinderela” tem que entrar em ação. Pra mim e pra mais tantas outras mulheres desprovidas de classe é a hora da tortura, do desespero, do surto, da histeria feminina avançada. Poucas foram às vezes que consegui chegar ao final da “Missão Cinderela” sem chorar. Choro porque a maquiagem de um olho ficou totalmente diferente do outro. Choro porque ao invés de ficar com aquele olhar de capa de revista fiquei parecendo uma mulher que foi à delegacia denunciar o marido na “Maria da Penha”. Choro porque a roupa não serviu. Nessa hora lembro de tudo que comi e me arrependo mortalmente apesar disso não me emagrecer e me deixar ainda pior. Choro por não conseguir combinar uma coisa com a outra. E principalmente, choro por não ter roupa. Choro! Choro compulsivamente e choro escandalosamente quando estou na tpm.
É incrível! Nem um jeans com uma blusa eu consigo combinar. Acertar o sapato com o vestido então impossível! E os acessórios? Prefiro nem comentar. Odeio quando passa na tv dicas de como se vestir, de sapatos, de acessórios, de cabelo, etc, etc e etc. Eles só servem pra me mostrar o quanto sou brega. Semana passada mesmo no meio de um jornal apareceu uma mulher falando sobre as tendências pro próximo verão. Eu comprei um óculos marrom, a consultora de moda disse que agora a sensação são os óculos brancos ou colorido. Fiz californiana no cabelo e ela disse que isso é tendência passada. Comprei um biquíni lindo de amarrar no pescoço, mas a onde é tomara que caia. Parecia que ela tava falando comigo zuando da minha cara.
Minutos depois começou um filme. Oba! Lá vem a tv novamente me mostrar a bosta que sou. Era um filme com a Angelina Jolie. Pra mim ela é um bom ponto de referencia de um ser classudo. Meu, que classe! Comecei então a me comparar com ela pra ver se pelo menos um rastro de classe habitava em mim. Foi aí que pra minha grande felicidade eu descobri que tínhamos algo em comum. Sim ! Assim como ela eu também quero ter muitos filhos. Mentira! Não encontrei nada. Só disse isso pra tentar fazer com que eu acreditasse que tinha algo em comum com ela. É esse foi o ponto que mais se aproximou da minha realidade.
Mas deixando a tv e principalmente a Angelina pra lá resolvi chamar uma amiga pra ir até o shopping pra comermos alguma coisa e pegarmos um cineminha. Coloquei minha melhor roupa, fiz uma maquiagem básica pra não correr o risco de ser confundida com o Patati-Patatá, coloquei uma sandália linda e fui busca-la. A desgraçada tava de moleton e um rabo de cavalo e ainda assim foi a “sensação”. O porte ereto, o andar sutil e delicado, a beleza, a fineza, resumindo a CLASSE fez com que ela chamasse a atenção por onde passássemos. Ou seja, pessoas classudas não precisam de nenhum esforço para serem notadas.
E eu? Eu poderia muito bem aprender com ela. Poderia! Mas não adiantaria porque mesmo me esforçando muito nunca teria o mesmo efeito de quem nasce assim. E viva a beleza interior!
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Uma inútil que acredita que a inutilidade um dia vai dominar o mundo. Por formação sou Engenheira Agrônoma Paisagista e escritora
por pura preguiça de trabalhar. Também corto cana nas horas vagas.
Nada disso me deu dinheiro, só muito prazer.
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