sábado, 17 de julho de 2010

Foi assim.


               Passando férias no interior do Mato Grosso, na cidade dos meus pais, reencontrei um velho amigo. Conversa vai, conversa vem, e eis que ele começa a me contar uma “estória” horripilante. Uma “estória” sobre a brincadeira do copo. PQP! Quanto tempo eu não ouvia falar dessa brincadeira. Quase todo mundo tem uma ótima “estória” pra contar, quase todo mundo já brincou ou quis brincar, quase todo mundo sabe como funciona.
     Antes de começar quero dizer que entendo perfeitamente se muitos de vocês não acreditarem. E também entendo perfeitamente se você for cagão e não tiver coragem de ler as próximas linhas. Lembrando que os nomes dos personagens foram devidamente alterados para não correrem o risco de serem encontrados pelo tal espírito do copo.E a estória começa assim...
        Toda galera estava reunida em um sábado à tarde sem nada pra fazer. Entre um papo e outro surgiu à idéia de fazer a brincadeira do copo. O Pedro querendo mostrar mais coragem que os outros começou a juntar o dinheiro da vaquinha pra comprar um copo americano novo (pro ritual dar “certo” o copo tem que ser virgem). Com o copo em mãos foram até uma igrejinha abandonada que ficava perto dali. O lugar era sombrio, o vento soprava forte derrubando as folhas secas das árvores empoeiradas. Esse mesmo vento varria as folhas do chão. Aí dependendo em que estágio do medo a pessoa estava o barulho do varrer das folhas podia ser confundido com passos humanos.
        Sentaram todos no chão sujo da área da igreja. No centro da roda colocaram uma cartolina com as palavras “sim” , “não” e todas as letras do alfabeto. Rezaram duas ave-marias. Esperaram alguns segundos em silêncio. Até que Pedro pôs fim aquele momento:
        - Tem alguém aí?
        - ...
        - Tem alguém AÍ?
        - ...
(Tem que insistir porque espíritos geralmente são preguiçosos. A mulher de branco do banheiro era outra que tinha que bater o pé umas 50 vezes e puxar a descarga mais não sei quantas pra vadia aparecer.)
        - Tem alguém aí?
      O copo andou!
      O medo ficou estampado no rosto de cada um. Enquanto o copo deslizava sobre as letras uma das meninas ia anotando no caderno para formar as palavras. E eis que surge um nome. O espírito se chamava “Baixinha”. Todos se olharam espantados. Era uma mulher!
        O copo começou a se mover cada vez mais rápido. A menina que conduzia o copo com o dedo em cima era Bia, namorada do Pedro. Ela fechou os olhos com força e pediu pra parar. Todos concordaram em parar, menos o copo! Ele continuou se movimentando, debochou de todos que estavam lá, mas principalmente xingou e revelou que odiava Bia.
        O medo foi ficando de lado e a curiosidade falou mais alto. Fizeram várias perguntas e o espírito respondeu. Disse que não gostava da Bia porque numa vida passada o Pedro era namorado dela. No meio da empolgação com a brincadeira e com muita raiva do espírito ter debochado dela Bia desafiou:
       - Ele era seu? Hoje ele é meu! Pra ficar com ele de novo só se for com meu corpo.
       Pedro pediu pra parar na hora com a brincadeira e mais uma vez o copo andou e disse NÃO! Então ele agarrou o copo e jogou contra a parede da igreja. Pra surpresa de todos o copo não quebrou!
       E aí ? COOOOORRREEEEE NEGADA!
       Todos saíram correndo e gritando desesperadamente.
       Nessa mesma noite a tal entidade do copo voltou pra assombrar. Era mais ou menos 8 horas da noite. Bia estava no computador esperando a hora do Pedro chegar. De repente sentiu alguém se aproximando atrás dela. Olhou pra trás pensando que era o Pedro, mas não tinha ninguém. Voltou a digitar e novamente sentiu passo a passo alguém se aproximar. Olhou de rabo de olho. Não viu nada! A sensação se repetia e ela sentia alguém se aproximar. Foi aí que ela estufou o peito de coragem e falou com o espírito:
       - Minha querida! Eu não estou vendo você, mas sei que está aí. Você saiu do copo e veio até minha casa sem ser convidada, agora fica aí parada atrás de mim lendo as minhas conversas no msn e com certeza deve estar esperando meu namorado chegar. Eu queria te pedir que não ficasse aí atrás lendo as minhas conversas porque msn é uma coisa bem pessoal. Eu já estou ficando incomodada! Seria pedir muito pra vir outro dia? Olha, não precisa responder!
       Enquanto ela falava, todos pelinhos do corpo estavam arrepiados e aquele tradicional frio que começa na nuca descia sem dó pela espinha. Quando Pedro chegou ainda presenciou uma cena da namorada discutindo com a ex do além (que mais parecia uma briga dela com ela mesma). Ele deu no pé! Com medo da ex do copo e agora da atual ele acabou terminando o namoro com ela.
      Acreditem se quiser! Terminaram. E o motivo foi esse mesmo.

1 comentários:

Anônimo disse...

Caramba um dia fui na casa de uma menina orar..do rico e da esqueci o nome dela mas se eu lembrasse falava pq num so baú...e ela me conto a mesma história até a parte do namorado na vida passada ai a menina falou se vc quiser pode usar meu corpo então...resultado possuida todas as noite e eu e o Gide indo ora de manhã no sabádo...mas agora ele são evangelicos...bom é isso. certeza que na hora do corre negada vc já tava em casa limpando a merda taida..né?..kk
assinado eu de novo o anonimo...by bita.

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Fabí Assis Barddal
Uma inútil que acredita que a inutilidade um dia vai dominar o mundo. Por formação sou Engenheira Agrônoma Paisagista e escritora
por pura preguiça de trabalhar. Também corto cana nas horas vagas.
Nada disso me deu dinheiro, só muito prazer.

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