quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Diagnóstico


Fanfarrões! Não são todos. Estudam oito, doze, quinze, quarenteionze anos pra dizer “É virose!”. Tá bom, tá bom... Não é bem assim. Claro, o “é virose” também pode ser “é dengue”.
Voltei de viagem com dor nas articulações, cagando pelas pernas e vomitando. Como me recuso vomitar e fazer cocô no mesmo banheiro passei o fim de semana correndo pela casa.
Na manhã seguinte sem mais pique para correr procurei um hospital particular que me provou que plano de saúde é só pra recolher o dinheiro da poçoquinha. Esperei por duas horas e meia até conseguir ser atendida. Já na consulta... Foram longos 10 minutos. 5 minutos que ela ficou mexendo no celular e 5 minutos me ouvindo pra me mandar pra outra fila.
 Na fila do exame de sangue a perder de vista eis que aparece uma alma caridosa e resolve separar quem vai fazer exame e quem vai pegar o resultado. Prontamente um homem sai de trás e entra na minha frente pra formar a nova fila. Dei um leve cutucão no ombro dele...
- O lugar do Senhor é atrás de mim. Eu estava na sua frente!
- Pois não, pode passar. Pode passar sim. Entra aí!
- É claro que posso passar! - Malandrão!
Depois de 2 horas voltei pra sala da médica com o exame e ela foi ainda mais ágil. Falou pra repetir o exame em dois dias. Disse que era suspeita de dengue, também tinha descoberto uma anemia e me encaminhou a um hematologista. 3 minutos a consulta miojo dela.
Tentando dar o meu jeito de ficar boa logo troquei minha sopa por um marmitão. Mal terminei de comer e comecei sentir tanta dor que parecia que os pedaços de carne estavam passando por dentro da veia do meu braço. Minha visão ficou turva e eu só pensava que deveria ser algum arroz no meu olho. Dormi pra passar e sobrevivi.
Passado dois dias refiz o exame e passei por outro médico. Eles são muito eficientes! Novamente 5 minutos de consulta. Só que dessa vez ele disse que não era dengue - era virose e me encaminhou para um cardiologista pelas palpitações. Além de pedir para fazer outro exame. No mesmo dia passei pelo terceiro médico que disse ser suspeita de dengue e pra voltar no dia seguinte para fazer um novo exame de sangue. Ora, bolas! Pra que? Pra outro médico me encaminhar pra onde? Pra um veterinário?
Saindo dali passei na barraquinha de côco. Enquanto eu entrava na fila atrás de um velhote que estava sendo atendido uma mulher parou ao lado dele e fez o pedido dela. Quando foi ser atendida...
- Hei moço, eu cheguei primeiro que ela!
- Chegou?
- Ah, é mesmo! - disse a mulher.  Ela chegou primeiro que eu. Pode atender ela primeiro. Vamos ser honestas, né?
- Ah, sim... vamos ser honestas. Porque de malandra você não tem nada, né?
Em casa, sozinha, recebo a ligação do meu marido querendo ajudar.
- Nega, toma um banho que melhora.
- Outro? Toda vez que entro no banho escurece minhas vistas. Sinto como se fosse desmaiar.
- Então leva um banquinho. Aquele floridinho.
- O floridinho que escorrega e eu caio até no seco?
- Então leva um tapete também.
- Beleza! Vou levar pra debaixo do chuveiro o tapete, o banquinho e a geladeira também. Porque vai que escorrego pelo menos consigo segurar na porta do freezer.
E o diagnóstico? A única coisa que eu sei até agora é que minha paciência quando estou doente dura menos que os casamentos da Gretchen.

4 comentários:

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.... que doce de menina! - Cris

Anônimo disse...

Trocou a sopa por uma marmita? Aí deu BRUTA!!! ANA =)

Leiva disse...

Muito boa ,,,mesmo estando doente faz a gente se matar de rir...

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.... vc me mata de tanto rir. Até na merda vc é boba. melhorou coisa feia? Fer.

Postar um comentário


Fabí Assis Barddal
Uma inútil que acredita que a inutilidade um dia vai dominar o mundo. Por formação sou Engenheira Agrônoma Paisagista e escritora
por pura preguiça de trabalhar. Também corto cana nas horas vagas.
Nada disso me deu dinheiro, só muito prazer.

Crônicas

Seguidores