terça-feira, 9 de outubro de 2012

Preguiça


Nunca chegou a ser desinteressante. Aliás, era interessante demais! Intrigava, aguçava querer ver, saber, até onde tanta preguiça iria dar. Pra muitos era a preguiça em forma de garota . Pra ela apenas uma maneira de evitar a fadiga. E sendo assim sentir preguiça passou a ser uma coisa normal.
Há aqueles que se tornem preguiçosos, mas esse não era o caso da menina de pele marrom, olhos verdes e pernas finas. Não foi ontem nem há poucas horas que tudo começou. Tanto é que se não fosse o médico puxá-la estaria na barriga da mãe até hoje por pura preguiça de sair.
Quando completou a idade necessária para ir à escola levava bolsa de rodinhas.  Quando o lápis quebrava a ponta tentava encaixar de volta por preguiça de apontar. Toda manhã era aquele sofrimento para levantar da cama. Sentia como se em alguma vida tivesse sido um colchão. Dormia muito. Dormia bastante. Dormia tanto até conseguir energia suficiente para dormir mais. A única disposição ao acordar era a disposição pra ficar na cama. Acordava pra avisar que continuaria dormindo. Apagava a luz jogando o chinelo no interruptor.
Quando a mãe a chamava de preguiçosa ela quase respondia. Achava chato não fazer nada, mas tinha preguiça de fazer alguma coisa. Por mais que se irritasse nunca pensava em jogar tudo pro alto por pura preguiça de ter que catar. Era despreocupada, pois evitava pensar em coisas bobas. Falava “esquece” por preguiça de repetir.
Sabendo que sua preguiça não levava a quase nada, só até o sofá, desistiu de arrumar um atestado para sua entrevista de emprego. Mas, não hesitou em falar sobre aposentadoria. Durante a previsão do tempo só ouvia: Pancadas de preguiça e sono a noite toda. Encostava a cabeça na parede pra fazer xixi e dava descarga com a nuca. Dormia depois do almoço antes mesmo de almoçar.
Tinha mais preguiça do que a pessoa que inventou o Control C + Control V. E mais preguiça ainda do que o cara que desenhou a bandeira do Japão. Se ganhasse algum prêmio por ser a pessoa mais preguiçosa com toda certeza pediria para alguém pegar. Só não morria de preguiça por pura preguiça de morrer. Sabia que era pecado, mas só se preocupava em saber se caso morresse alguém viria buscar.
E eu? Eu até poderia terminar essa crônica, mas me deu uma preguiça que....

6 comentários:

Jaque Oliveira disse...

rssrsrs....que preguiça.

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk...eu acho que conheço essa menina!!!!!!!!

Anônimo disse...

Tinha uma menina aqui em Colider que era assim... kkkk. Nessa parte então... 'Falava “esquece” por preguiça de repetir'... lembrei dela demais.... hahaha. Wal

Cristiane Veronesi disse...

Será q eu conheço alguém assim???

Leiva disse...

Que preguiça que deu de ler isso.kkk
pura preguiça.hahaah Bju neguinha...

Anônimo disse...

kkkkkkkkk Só você mesmo para escrever algo do tipo, puuura preguiça! Saudades menina da pele marrom, com olhos verdes e pernas finas! Cátia.

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Fabí Assis Barddal
Uma inútil que acredita que a inutilidade um dia vai dominar o mundo. Por formação sou Engenheira Agrônoma Paisagista e escritora
por pura preguiça de trabalhar. Também corto cana nas horas vagas.
Nada disso me deu dinheiro, só muito prazer.

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