terça-feira, 9 de outubro de 2012
Preguiça
4:35 PM |
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Fabí Assis Barddal |
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Nunca
chegou a ser desinteressante. Aliás, era interessante demais! Intrigava,
aguçava querer ver, saber, até onde tanta preguiça iria dar. Pra muitos era a
preguiça em forma de garota . Pra ela apenas uma maneira de evitar a fadiga. E
sendo assim sentir preguiça passou a ser uma coisa normal.
Há
aqueles que se tornem preguiçosos, mas esse não era o caso da menina de pele
marrom, olhos verdes e pernas finas. Não foi ontem nem há poucas horas que tudo
começou. Tanto é que se não fosse o médico puxá-la estaria na barriga da mãe
até hoje por pura preguiça de sair.
Quando
completou a idade necessária para ir à escola levava bolsa de rodinhas. Quando o lápis quebrava a ponta tentava
encaixar de volta por preguiça de apontar. Toda manhã era aquele sofrimento
para levantar da cama. Sentia como se em alguma vida tivesse sido um colchão. Dormia
muito. Dormia bastante. Dormia tanto até conseguir energia suficiente para dormir
mais. A única disposição ao acordar era a disposição pra ficar na cama. Acordava
pra avisar que continuaria dormindo. Apagava a luz jogando o chinelo no
interruptor.
Quando a
mãe a chamava de preguiçosa ela quase respondia. Achava chato não fazer nada,
mas tinha preguiça de fazer alguma coisa. Por mais que se irritasse nunca
pensava em jogar tudo pro alto por pura preguiça de ter que catar. Era
despreocupada, pois evitava pensar em coisas bobas. Falava “esquece” por
preguiça de repetir.
Sabendo
que sua preguiça não levava a quase nada, só até o sofá, desistiu de arrumar um
atestado para sua entrevista de emprego. Mas, não hesitou em falar sobre aposentadoria.
Durante a previsão do tempo só ouvia: Pancadas de preguiça e sono a noite toda.
Encostava a cabeça na parede pra fazer xixi e dava descarga com a nuca. Dormia
depois do almoço antes mesmo de almoçar.
Tinha
mais preguiça do que a pessoa que inventou o Control C + Control V. E mais
preguiça ainda do que o cara que desenhou a bandeira do Japão. Se ganhasse
algum prêmio por ser a pessoa mais preguiçosa com toda certeza pediria para
alguém pegar. Só não morria de preguiça por pura preguiça de morrer. Sabia que era
pecado, mas só se preocupava em saber se caso morresse alguém viria buscar.
E eu? Eu
até poderia terminar essa crônica, mas me deu uma preguiça que....
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Uma inútil que acredita que a inutilidade um dia vai dominar o mundo. Por formação sou Engenheira Agrônoma Paisagista e escritora
por pura preguiça de trabalhar. Também corto cana nas horas vagas.
Nada disso me deu dinheiro, só muito prazer.
6 comentários:
rssrsrs....que preguiça.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk...eu acho que conheço essa menina!!!!!!!!
Tinha uma menina aqui em Colider que era assim... kkkk. Nessa parte então... 'Falava “esquece” por preguiça de repetir'... lembrei dela demais.... hahaha. Wal
Será q eu conheço alguém assim???
Que preguiça que deu de ler isso.kkk
pura preguiça.hahaah Bju neguinha...
kkkkkkkkk Só você mesmo para escrever algo do tipo, puuura preguiça! Saudades menina da pele marrom, com olhos verdes e pernas finas! Cátia.
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