sábado, 19 de junho de 2010

Aniversário.

    O ano começou, o carnaval já passou, tudo se comemorou e enfim meu aniversário chegou. Por tratar-se de uma data especial comecei então a refletir sobre o assunto. Se o dia do nosso aniversário é um dia só nosso, por que não posso escolher a data? Seria muito mais legal se a cada ano pudéssemos escolher uma data diferente.
        Por exemplo, terça-feira passada foi um bom dia pra comemorar meu aniversário. Acordei super feliz, animada e com vontade de chamar meus amigos pra comemorarem. Cada um poderia escolher a sua data quando bem entendesse usando seu próprio critério. Comemorando no dia que aquele parente rico aparecesse pra uma visita, no dia de pagamento dos amigos, ou então, escolheria uma sexta-feira onde tivesse um feriado na segunda. E certamente pela dureza geral de fim de mês ninguém comemoraria na segunda quinzena.
      Como sou uma menina de “sorte” meu aniversário caiu em um sábado. Desde o início da semana meus amigos já começaram lembrar que meu aniversário estava chegando e junto com isso as cobranças pra eu dar uma festa também. E é aí que eu digo: Quem nunca deu uma festa em casa, dará. E certamente quem deu uma vez não dará a segunda.
     Comecei a fazer uma lista dos amigos mais “chegados”. Mas, no final acabei convidando alguns conhecidos pra não ficar “chato”. Só que em momento algum levei em consideração que esses conhecidos conhecem outras pessoas que moram perto de várias outras. 
      E assim foi indo - como se fosse uma corrente. Pra minha felicidade a comemoraçãozinha pra 20 amigos tinha se transformado em uma festa com umas 100 pessoas ou mais. Claro que a coisa saiu do controle. Para todo lado que eu olhava tinha um ser desconhecido. Alguns me deram os parabéns. Ah, sim! Novas regras de etiqueta. Em festas onde for de bicão parabenize o aniversariante. Oh céus! Outros pareciam brincar de esconde-esconde comigo, era eu olhar pra pessoa sumir. Sem falar nos que praticamente surgiram nas fotos na hora de apagar as velinhas. Olhando todas aquelas fotos pensei em mandar para análise pra ver se aquelas pessoas existiam mesmo ou se meu apartamento era extremamente assombrado. Mas pelo rastro de destruição do dia seguinte tive certeza que fantasmas não seriam capazes.
       Sentei na sacada tentando entender que tipo de tsunami tinha passado pelo meu apartamento. Aí lembrei do gordo que desde o início ao fim da festa ficou sentado perto da comida, já pelas tantas da madrugada ele mordia os salgadinhos e jogava o resto no vaso de flor ou devolvia pra bandeja. Lembrei da loira que fora o figurino não tinha nada de fina. Jogou metade de um salgadinho embaixo da mesa. Salgadinho que ela mesma pisou minutos depois e saiu com ele grudado no scapin engordurando minha casa toda. Beberam até vomitar. E claro, tapete é um bom lugar. Fizeram xixi por todo meu banheiro, menos no vaso. Cheguei a conclusão que tem bêbado que enxerga um alvo na tampa quando levanta e se sente na obrigação de acertá-lo. E tem aqueles também que incrivelmente acertam seu lixo, sua pia, seu box mas o vaso que é bom nada! E sabe aquela toalhinha de rosto bordada pela sua avó que você nunca usou e decide colocar pra dar um charme no ambiente, pois bem... deixa pra lá! Pro infeliz ter mijado em tudo menos no vaso não me surpreenderia se tivesse limpado o pinto na toalha. 
       Brigaram por causa de músicas, quebraram quase todos meus copos, derrubaram bebidas no sofá, comeram tudo que tinha na geladeira, sumiram com as minhas coisas, aumentaram o som. Os vizinhos chamaram a síndica. E eu chamei a polícia.
       Desde então, meu apartamento nunca mais foi o mesmo. Aliás, nem eu.

2 comentários:

Eduardo Nunes disse...

Hahaha, tô adorando seu blog, descobrir por um acaso no Orkut. =D
Continue escrevendo, eu tô adorando.. =)

Bjão prá ti!=)

Faby Nogueira disse...

Oiii, olha eu aqui de novooo =D
Adorei a cronica da semana, estava pensando em dar uma festinha... mas...
ahauhaua

Sucesso flor!!!

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Fabí Assis Barddal
Uma inútil que acredita que a inutilidade um dia vai dominar o mundo. Por formação sou Engenheira Agrônoma Paisagista e escritora
por pura preguiça de trabalhar. Também corto cana nas horas vagas.
Nada disso me deu dinheiro, só muito prazer.

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